quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O meu presente de natal

Hoje a noite estava tudo bem escuro, fui bombardeado por milhões de pensamentos, pensei nos vários finais de semana que vão vir no ano novo. Não, não pensei no que vai ter neles, é exatamente ao contrario, pela primeira vez. Andei pensando no que não vai ter neles. Nem tantos sorrisos, nem tantas lagrimas, nem tantos sonhos, nem tantos planos, nem tantos sentidos e sentimentos, nem tanto nada, nem muito de mim.
Sabe quando você chora antes de dormir? Hoje não foi o dia, eu não quis deixar isso vir a tona, eu não quis olhar pra frente e nem pra traz. Eu não quis fazer nada além de me embriagar com um vinho barato que em outr'ora eu abolia, mas assim é mais tranquilo passar pelo duelo da minha 'via cruzes'.
Hoje ainda dormu tranquilo, tenho mais alguns sonhos que me ajudaram a escrever, tento neles prever o futuro, eu não sou de acreditar em sorte, mas sei da valor aos sinais e carrego comigo a folhagem verde da esperança, tão verde e açucarada quanto as folhas de bananeiras nas fazendas.
Então quando eu acordei ainda estava tudo azul e laranja, eu não me recordava do que pensei na noite anterior, não senti o gosto exato do café, eu não senti o sabor das frutas cristalizadas do panetone, minha mente estava branca, do mesmo modo que a branca-neve sem fim caia lá fora. Eis quando venho a mim, olhando assim o mundo foi perdendo o brilho, tivemos aquela conversa, eu e ela. Não foi tão dificil, não foi doido, por que ainda não caiu a ficha. Não enxergo muito bem com os holofortes na minha cara. Eu não penso muito bem com ela por perto. Agora preto no branco, eu só entendia cada cor em tons cinzas a escala mais sombria que existe na minha memória ocular.
Eu lembrei do que havia pensado em pedir de natal para o velhinho gordo, mas que ironia, nunca escrevi uma carta se quer, nem preparei biscoitos e leites pra ele caso fosse me visitar. Oh, velho do saco vermelho! Se é que existe, não passaria por aqui, quem caça demonios está fardado a andar na trilha do mal, impossivel pensar que algo de bom possa acontecer. Mesmo assim, se eu fosse um bom menino, o unico presente que eu queria ele não ia poder me dar. Eu conheço essa história e sei bem como ela continua, o meu karma já sei de cor, está gravado em cada pedaço do meu DNA. Como vai continuar da que pra frente, estou louco pra saber e receioso que chegue. Quem quer que eu seja amanha de manha, terei um copo de Wiskey na mão. Pra manter a mente limpa e não pensar no futuro. Você pode até me dizer, "Ora bolas, de manhã? Isso lá é hora de beber?", pra mim não é nada demais, pois deve ser 11 horas da noite em algum lugar da terra.
O meu presente pode ou não chegar, aqui nesse ponto, quem sabe já entenderá de imediato o que peço. Eu gosto daqui, quero ficar aqui, Califórnia pra mim sempre foi um lugar bonito. O sol, a praia, o mar, tudo. Mesmo que eu não tenha tanto tempo assim para desfrutar, só de estar aqui me sinto em paz.

Aqui é o meu lar.


O que a Freak disse?
"draco dormiens nunquam tintilandus"

1 comentários:

Anônimo disse...

Adorei isso aqui!

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